domingo, 20 de julho de 2014

O Segundo Cavaleiro

Eu vi uma montanha, e ela estava lavada em sangue.
O fogo veio de minhas próprias mãos, e eu sabia, eu era a Guerra!
Vermelho e quente, cavalgando um cavalo com olhos em chamas...
Venha e durma em meu seio, eu te mostrarei meus irmãos.
Eu danço sobre um corpo morto, e choro por aqueles que ainda vivem...
A Morte está vindo, minha amada Morte está vindo.

Minha carne verte o vermelho apodrecido e pó.
Eu vejo o horizonte rubro, cada um de nós vem solitário
E sente os desejos dos homens, nós os invejamos.
É certeiro, queimaria, não fosse gélido, o ocre fede pintando o chão.
É o enxofre, a pólvora e os corações partidos.

Eu não sou os fuzis, e os mortos, eu não sou as trincheiras e as derrotas
Eu sou o cotidiano, o desespero ante o simplório.
Eu sou a vingança, e a ira, eu sou Caim.
Minhas unhas foram arrancadas dos meus olhos, não há cura...
É o fim e ainda não posso ver, não vejo nada além do manto do toureiro!

Não existem tanques, nem exércitos, nem viúvas e nem órfãos
Só existem aqueles a quem mutilei com meu sofrimento.
Então, eu vi uma montanha, e ela estava lavada em sangue.
O fogo veio de minhas próprias mãos, e eu sabia...
Vermelho e quente, cavalgando um cavalo com olhos em chamas...

Venha e durma em meu seio, eu te mostrarei meus irmãos.
Eu danço sobre um corpo morto, e choro por aqueles que ainda vivem...
A Morte está vindo, minha amada Morte está vindo.
Nós somos o nada, e eu... Sou a Guerra!!!


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