quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ódio a uma Janela

A janela talvez tenha mudado de lugar,
Ou apenas mais um episódio de tontura,
Os quadros, quem sabe, tenham criado vida
Jogaram-se ao chão, estão perdidos

A mesa se pôs em posição estranha,
de pernas pra cima como uma puta
E ainda ri sem dentes: Sou uma mesa, oras!
Ela também, rebelou-se durante a noite
É um motim!

Os prato travaram guerras, o estalar de cada pedaço,
Melodia embaixo de passos fracos
É um chamado para a ruína...
O espelho mostra borrões arroxeados no reflexo
A porcelana cavalgou metros e esbarrou-se nas paredes
Elas devem sentir a dor de seus arranhões

A janela certamente mudou de lugar,
um corpo caído dela propositalmente,
agora derramaria sua existência sem saber exatamente onde
A vassoura perdeu-se, demitiu-se, não se permitiria usar
É um chamado para a ruína...
E ele não atende, quem atenderia?!

Não houveram mortos, a destuição foi um bom começo
A maldita janela nem precisava ter mudado assim...
Ela deve ter dado início a tudo isto,
Sim, os culpados são sempre os móveis
Nunca os inertes...