terça-feira, 29 de maio de 2012

Prelúdio Poético

"Ela dança com os pássaros, mas cai como uma pena...
Ela não consegue ficar suspensa no ar... está caindo para sempre..."


domingo, 27 de maio de 2012

A very good week for you all...


O Mal Necessário

Deus, enfim deu-me asas, a serpente dissimulada
E esta, qual sou, feriu e matou a todos pelo caminho,
Sujou com o sêmen absoluto do prazer derradeiro
Despedacei-me na relva seca sobre a pedras que me olhavam
Cuspi meu veneno e ele molhou meus olhos.

Envenenei-me, eu a mim mesmo.
A serpente voadora, que plana sobre todos, altiva e incapaz
Não sente pesar, nem compaixão, é o teu sexo molhado e frio que goza!
É o mal que verte de tua língua, e ela recebeu asas de Deus.
Um dom para que cada um se prove ante a dor.

É triste, e solitária, só há uma de sua espécie, é branca e amarelada.
A serpente que voa e plana sobre a água destilando sua amargura!
Todos a odeiam, mas a engolem com toda a sua frieza.
Eles precisam de uma vilã maior que a vontade de sê-la em si mesmos.

Mas morrerei em mim mesma, pois meu boticário derramou-se
Desceu por dentro de minha garganta e me matará lento.
Este serpente, única de sua espécie que se verá morrer,
E desejará apenas sair em fuga de si, ir para longe,
Trocaria suas asas, para retornar rastejando ao ventre de sua progenitora
Que a expulsou em um ovo frio, tal qual sou agora.

O meu veneno que deixei derramar por meus olhos,
O sêmen absoluto do prazer derradeiro,
As asas dadas a mim pelo criador, um dom para que eu me prove ante a dor.
É a bebida de minha amargura que se ri e contagia minh'alma
Esta que não há, pois a devorei pela cauda e abandonei sua pele em qualquer lugar.

Deus, enfim deu-me asas.
A víbora em solidão, que não sente pesar, pois foi sempre assim.
Deus deu asas para que matasse a mim mesma
A mau cheirosa serpente morta.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Menina Morta

Ela morre de medo de morrer
Encontra um milhão de motivos
Desvia das causas e não morre nunca
Não sabe como é estar lá, e continua andando por aqui

É triste, trágico...
Sem querer ela vê muitos irem embora e ri
Gargalha de si mesma e fica sem ar
Só aí para, para não morrer de rir

Não brinca, não briga, não corre, não sofre
Morre de medo de morrer de qualquer coisa
Ela enxerga de longe para não se aproximar
Não sente frio, calor...

Distante, calada... Firme, crua... Quebrada
Ri, gargalha de se mesma, fica sem ar
Não se dá o prazer de seguir em frente
Poderia morrer deste prazer

Mas ela morre de medo de prazer
Vive em pânico de morrer
Volta a si e tranca-se... Ela morre de medo de morrer
Distante, calada... Firme, crua... Quebrada... MORTA!